sábado, 19 de dezembro de 2009

Começar a terminar


20 minutos para os Atores entrarem em cena...



clima tenso, estamos horas fazendo com que o "ponto" funcione, e, nada!


Entro no camarim, e ele lá está, sentado, com o texto na mão, de- co- ran-do! Isso um velho de 78 anos, nervoso, angustiado, com todos os sintomas de um ator que acaba de estreiar num palco, sinto -me confortada, é estranho, esquisito, mas sabemos que dará certo, telefonemas pra cá, pra lá, empresa fechada, não... não... não.., será que conseguiremos resolver? Enfim, uma luz no fim do túnel. A peça começa com apenas 5 minutos de atraso, platéia cheia, e todos na coxia relaxados, conseguimos um aparelho que é usado em shows de grande porte, um aparelho miudinho, que gruda na nuca, vai até orelha, tem uma caixinha que coloca na roupa e pronto o "ponto".


Estamos na cabine, eu, Pepe e o Cris. Eu na sonoplastia, o Pepe de " o ponto" e o Cris na iluminação, o velho de 78 escutando todas as deixas perfeitamente, tranquilo , Nat , Mig e ele o velho de 78 , fazem um dos melhores espetáculos que assisti da temporada, ele arranha nossos rostos com sutilieza, Nat e Mig, dichavam, dão um suporte esplêndido para o velho de 78, triozinho parada dura...

Sinto - me plena, as pessoas devem se perguntar: meu ela é atriz e fica na sonoplastia do espetáculo, eu respondo: Fico sim! Estou em processo de aprendizagem o tempo todo, não estar em cena não siginifica que não farei com tamanha seriedade e disciplina o que meu foi destinado naquele momento, estar dentro de um processo , seja lá qual for minha função é o que válido, é o que é importante, é o que me inspira, é o que me ensina, é o que me concentra, é o que me faz ter certerza onde eu quero chegar sendo artista!

Como João Corrêa não foi conosco, eu fiquei com todos os chocolates do velho de 78, cada dia ele chegava com uma barrinha nova, regada de chocolates, para a ressaca, de todas as noites "bem" dormidas, não dá pra perder café da manhã de hotel né!

Léo e Gui ficaram com a gente todos os dias, que saudade desse dois.

A Vó Tereza foi assistir os dois dias, ligou pra minha Tia Cleide esses dias dizendo: "Cleide, a Ludmilla, essa menina fuma demais, é um cigarro atrás do outro, ahhh e a Rosa (minha mãe), ela voltou a fumar , Cleide assim não dá!!


Coisas de Vó! Da Vó Tereza!


Belo Horizonte continua linda ,o Léo tirou carta de motorista agora, foi engraçadíssimo, ele dirigindo a cerejinha, aprendi com ele " gente cadê a gentileza urbana", conhecemos a sacada da casa do Gui várias vezes, cada vez que passamos em frente ele dizia: " viu gente é aqui que eu moro" virou o chavão da viagem, a Savassi e a Afonso Penna que o digam, fomos eu e a Nat assistir o espetáculo com direção do Léo, do projeto Valores de Minas, delícia, jovens da periferia, mostrando sua arte, sua linguagem uma Encenação completa, muita gente envolvida, fiquei orgulhosa do meu Tio, é, o Léo é meu tio, irmão da minha Mãe, também ator e diretor. Eita família de artistas, que honra... dá até pra se sentir em casa.
Minas Gerais, rua do Amendoim, feira hippie, Ananaíra, é um solão todos os dias.

Gente descolada!
Simpática!
Baladas boas,
Teatro bom,
Trabalho....

Ganhei um livro "Anjos e Demônios" , quando recebi o livro a frase que foi dita: "Isso é pra ti Demônia, vai!!!
Chegamos em Sampa na segunda no horário do almoço, por volta da 12h45, fui pra casa, Sampa estava vazia, em clima de festa, sabe, arrumei o restante das malas, e fui correndo pegar a minha próxima estrada, dessa vez pra minha Santos, mas essa história eu conto depois!
"o ar fica repleto de nossos gritos"
"Não posso passar muito tempo sem a companhia dos meus semlhantes, mesmo quando a semelhança não é lá essas coisas"
"o verdadeiro artista é aquele que ousa fracassar como nenhum outro ser humano jamais ousou"

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